Vidência na era digital

Vidência na era digital

Um vídeo publicado na internet mostra um vidente chamado Dave, que teria poderes para “ler pensamentos”, adivinhando informações pessoais e fatos da vida dos participantes. No vídeo, gravado no dia 12 de setembro, em Bruxelas, pessoas foram informadas que Dave seria o assunto principal de um programa de TV, mas, na verdade, o vídeo é uma campanha da federação bancária belga Febelfin e todas as informações sobre as pessoas eram coletadas na internet.

Um time de “hackers” – com os rostos cobertos por um gorro preto – passava as informações encontradas na internet sobre os participantes para Dave, que usava um fone de ouvido. No vídeo, o “vidente” consegue obter o número da conta bancária de alguns participantes, o nome dos melhores amigos e até informações da vida amorosa – o que deixa uma participante preocupada: “poucas pessoas sabem disso”, diz ela.

Enquanto nos bastidores os “hackers” faziam pesquisas na web e vasculhavam o perfil no Facebook, David fazia gestos como se estivesse realizando um grande esforço para “ler” os pensamentos das pessoas.

“O objetivo do vídeo é conscientizar as pessoas sobre o que estão fazendo na internet e mais adiante, lembrá-las das regras básicas que necessitam aplicar quando usam o banco no PC”, diz Pamela Renders, porta-voz da Febelfin.

Conforme detalha Renders, as pessoas convidadas forneceram apenas seus nomes completos e endereços. “Todas as informações foram adquiridas através de fontes legítimas publicamente disponíveis (Facebook, Twitter, sites de imóveis etc.)”, ressalta.

Em dois dias, o vídeo já foi visto por mais de dois milhões de internautas. A porta-voz da federação belga de bancos disse que este foi o primeiro vídeo publicado pela entidade no YouTube e que o sucesso ultrapassou as expectativas. “Não é somente a quantidade que conta, mas a qualidade: fizemos as pessoas pensarem sobre o que estão fazendo na internet.”

A porta-voz da Febelfin conta que o tipo mais comum de fraude bancária on-line no país ocorre por conta de malwares, “devido à proteção insuficiente dos PCs dos consumidores”.

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