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Sem querer, Apple vai ajudar o Google a nos trazer o futuro do dinheiro

A Apple lançou nesta semana seu serviço de pagamentos Apple Pay nos EUA. Ele foi ativadoatravés da atualização iOS 8.1, e permite fazer pagamentos online em dispositivos com Touch ID. Além disso, ele funciona em lojas físicas com o iPhone 6 e 6 Plus, que possuem NFC somente para isso.

Esta pode ser uma ótima notícia para o Google.

A promessa do Wallet

Em 2011, a empresa disse que “seu smartphone será como uma carteira” quando lançou o Google Wallet nos EUA. Ele prometia algo mágico: por exemplo, no Starbucks, você pagaria pelo café, usaria um cupom de desconto e acumularia pontos no cartão de fidelidade, tudo ao mesmo tempo – bastava sacar o smartphone do bolso.

O serviço funciona assim: você desbloqueia seu smartphone Android com NFC, encosta o celular em um terminal contactless, insere seu PIN e realiza o pagamento. Mas o recurso tap and payexige Android 4.4 (KitKat) ou superior; nem toda loja tem um terminal contactless; e, na prática, isso não é muito mais simples que usar um cartão de débito ou crédito. Por isso, o Wallet não vingou.

 

google wallet

Em 2012, o Windows Phone 8 ganhou o recurso “Encostar para pagar” através do app Carteira. No entanto, ele é ainda mais tímido que o Google Wallet porque depende das operadoras. A Microsoft reconhece em seu FAQ que “no momento, somente um pequeno número de operadoras de celular oferece telefones que oferecem suporte para esse recurso [transações via NFC]“.

Isso pode mudar, pois a empresa contratou em setembro um alto executivo que cuidava de pagamentos na Amazon – mas o Google já tem uma grande vantagem nessa área.

E se mais lojas tivessem terminais contactless? E se mais pessoas usassem esse tipo de pagamento? É isso que o Apple Pay promete fazer, e isso pode beneficiar o Google também.

NFC em mais lugares

O Apple Pay poderá ser usado em mais de 220.000 estabelecimentos nos EUA que aceitam pagamentos contactless. São lugares como lojas de roupas (Nike, Macy’s); restaurantes fast-food (McDonald’s, Subway); farmácias (Walgreens, Duane Reade); postos de gasolina (Chevron, Texaco) e até parques de diversão (Walt Disney Parks and Resorts). Claro, todas as Apple Stores americanas também terão o serviço.

Nada impede que, em todas essas lojas, o Google Wallet também seja utilizado: os terminais contactless usam tecnologia NFC, e o Google tem parceria com a Mastercard, Visa e American Express. A CNET diz que “em geral, o Google Wallet funciona onde o Apple Pay funcionar”. O jornal San Jose Mercury News diz que, ao testar o Apple Pay, “eu também comprei algo com o Google Wallet”.

Claro, seria bacana ver o Google promovendo ainda mais seu serviço de pagamentos. Além disso, a gigante das buscas ainda tem que resolver um problema do Wallet: a facilidade de uso. Nesse quesito, a Apple sai na frente.

A estreia do Apple Pay

Para realizar pagamentos, basta aproximar o iPhone 6/6 Plus do terminal e encostar o dedo no Touch ID. Você não precisa ativar a tela, nem digitar senha, nem mesmo olhar para o smartphone – ele vibra e emite um som para você saber que a transação ocorreu com sucesso.

Por isso, o Apple Pay começou mais ou menos bem. Do Gizmodo US:

Decidimos tentar a sorte no Subway, mas os funcionários nos deram alguns olhares confusos quando perguntamos sobre pagamento contactless. A loja tinha acabado de receber o hardware naquele dia, aparentemente, e eles ainda estavam pegando o jeito das coisas. Depois de alguma discussão e um profundo estudo das instruções da máquina, nós chegamos a uma tela com um código QR – ou seja, não fomos muito longe.

Em seguida, fomos para uma farmácia Duane Reade. Aqui, o sistema realmente funcionou perfeitamente… Quando chegou a hora de pagar, em vez de puxar um cartão de crédito, eu aproximei o meu celular do leitor, pressionei o Touch ID, e pronto. Foi tão rápido quanto pagar com um cartão de crédito (e ainda economizei tempo ao não ter que lidar com a carteira), e o processo foi quase idêntico.

O Apple Pay funciona com cartões de mais de 500 bancos nos EUA. Resta ver se a Apple conseguirá fechar parcerias com mais lojas.

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